sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Permita-se

A voar;
A laçar;
A renovar;
Permita-se até se permitir de novo.
Porque essa nossa vida, só pode existir, se reinventada...

Andressa Virgínia


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Aviso aos navegantes!

Hei pessoa! *-*

Bem, como vocês já devem ter notado, eu ando bem dedicada aos romances, literalmente! "Das noites de Valsa" tem me feito muito feliz ultimamente. Mas, infelizmente as minhas adoradas férias acabaram... :( e a Psico Vida continua! Eu bem disse na entrevista abaixo o quanto essa minha vida me suga, sim pessoa, isso é 90% de mim! hehehe! Por isso, vou dar uma freiada nos escritos da história, farei o possivel para postar pelo menos uma vez por semana!
Maaaaaaaaaaaaaaaaaaaas, sempre vou alimentar esse meu nenem aqui, com besteiras, poesias, besteiras, música, besteiras, informação, besteira e qualquer coisa que me vier a cabeça! ;D (tá, mais as minhas besteiras são até legaiszinhas... hahaha!)

O ano enfim começou pra mim pessoa! Feliz Ano Novo então! ;)

Dicurso Abafado.

"Nunca nada foi dito que convenha à nossa dor."
Virginia Woolf


Quando decidimos tomar uma decisão que mudara o percurso da nossa existência? Se a vida é tão simples de ser vivida, se temos todo tempo do mundo, porque essas decisões nos empurram cada vez mais para trás, não para frente? Se é que poderemos chamar isso, que nos empurram para trás de decisão. Pode ser que sejam apenas mais alguma maneira torpe de sobrevivência selvagem no universo humano, na selva que chamamos vulgarmente de sistema.
Depois de ouvir a verdade negra de meu passado vergonhoso, decidi, pois, alavancar aquilo que eu chamava de existência. No entanto, sentia-me presa, acorrentada a pessoas e coisas sem sentido, procurando algo que pudesse puxar-me a realidade, puxar-me a vida, de fato. Sim, eu era escrava da sociedade, como Davi afirmava.
É difícil encontrar palavras certas para definir essa indecisão da tomada de decisão. Se assim, posso definir o que de fato sinto. A caminhada para a saída do precipício se torna tão mais árdua e difícil, quanto à subida ao pico da montanha.
Eu precisava urgentemente de um plano. Um plano qualquer.



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Falatório!


Gente linda! Oi? :D
Fui indicada pela linda Luanda, do blog Sonhos de Menina , a responder essas perguntinhas! Bom, pelo que pude ver, não há regras específicas quanto a indicação, portanto se sintam livres para responder em seus blog's, se acaso quiserem! 
Luanda é uma querida que conheçi aqui no blog! No seu, ela é poeta, e se quiseram ler coisas lindas, por favor, não hesitem em visitá-la! 

:***


 
1- Que você faz?

Sou estudante de Psicologia da Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral (e isso eu garanto pra vocês companheiros que já é 90%), modelo frustrada, amante de teatro e artes. Minha amiga Danielle bem soube me definir: “Andressa você é um transeunte!”. E tudo isso vai muito além do que eu faço.

2-Qual a sua musica favorita e por quê?

São tantas, que torna quase árdua essa tarefa de escolher uma só. Mas, se é pra escolher vamos de “Lágrimas e Chuva” – Kid Abelha. Foi uma canção que marcou um dos momentos mais difíceis de minha vida, parece um pouco transcendental, mas sempre em que eu me encontrava em um momento de angustia, sempre ouvia alguém cantando, ou ligava o rádio e ela estava tocando... coisas do tipo. (Assustador! :D)

3-O que te emociona mais?

A presença dos amigos fiéis. Mas não me refiro apenas à presença física. Refiro-me a espiritual, sabe, daquelas presenças arrebatadoras que você sente sua alma balançar. O que me emociona, é o poder de sentir a vibração dessas pessoas, vibrar junto.

4- Prato favorito?

Só um!? Hasuhsauhsahuhsuauhsa outra injustiça! Tá, vamos de brigadeiro de panela e lasanha de carne. (Foi só o que me passou na cabeça! Tenho tantos outros pratos favoritos!)

5- Bebida favorita?

Água.

6- Cor favorita?

 Branco.

7-O sitio onde você se sente mais confortável nos momentos de tristeza? Fica aí a deixa, se quiserem e gostarem!!!!

Curto ficar em casa. Não há um “sitio” favorito.

9-Gosta de viajar?

Sim! Embora quase não o faça. :(

10-Momento mais feliz?

Quando passei no vestibular.
*-*

11- Sua maior fantasia?

Essa eu passo! :S

12-Seu maior sonho?

Hoje, diria que me formar!

13-Para ti a ideia de uma noite romântica ?

Depende. Mas acho que  só a presença de quem se gosta, já é um bom começo de romantismo.

14-O que mais gosta num homem?

Perá aí! Vou perguntar as qualidades do meu namorado ali, já volto! husahusahusahuhusa

15-Qual a tua melhor qualidade?

Não sei. Sinceramente, ter que listar qualidades minhas não fazem muito sentido. Eu preferia que os amigos respondessem por mim, porque vejo neles espelhos no qual está o meu reflexo! :D

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Mentiras, nada mais.

"Mas também era verdade que só quando o sol me alcançava é que eu mesma, por estar de pé, seria uma fonte de sombra."
Clarice Lispector


Naquela noite ainda, a febre conseguiu cessar um pouco e pude reorganizar as ideias. E na manhã do outro dia eu já estava bem melhor. As forças estavam aos poucos retornando. No entanto, pedi que Morena avisasse a todos que eu não estava de fato totalmente recuperada da minha “indisposição” e que preferia tomar o café no quarto;
- A menina está sob meus cuidados senhora. Não se preocupe. Não há necessidade de chamar médico algum. Eu tenho tudo sobre controle. Amélia só precisa de uma boa canja de galinha, que já estou providenciando. Ela deve ter comido algo lá pelo baile que não fez bem... sei como é essas comidas de festa! Sem sustança nenhuma e feita as pressas! – Morena afirmava tão seriamente que ninguém poderia contrariar.
- Tudo bem Morena. Faço isso por você. Não por Amélia. Essa menina está muito mimada. Você tem que parar de fazer sempre o que ela quer! Sairei agora, mas quando eu retornar, teremos uma conversa muito séria! E se ele continuar com essa indisposição, serei obrigada a chamar um médico! Ah, avise a Amélia que hoje teremos um jantar importantíssimo aqui em casa. Os pais de Heitor vêm nos visitar e ficarão para o jantar. Estou saindo para comprar os últimos ingredientes que faltam para o jantar... quero que avise a todos os criados que deixem tudo preparado! Faremos um lindo jantar hoje Morena!
- Deixe Amélia descansar mais um pouco Margarida! Se ela não está bem deixe-a! Morena sabe bem o que faz! No final da tarde verás que nossa flor já estará com toda sua saúde recomposta! Não a nada que a canja de galinha de Morena não cure! – Respondeu papai ao fundo. De meu quarto eu pude ouvir toda a conversa.
Com um sorriso forçado, Morena assentiu.
- Sim senhora, estará tudo como à senhora gosta, com licença. Vou ver se a menina está precisando de algo.
Estava quase dormindo quando Morena entrou no quarto como um raio;
- Amélia! Virgem Santíssima! Menina! Acorde!
Num sobressalto, levantei-me.
- O que houve Morena! Quase me mata! Assustei-me!
- Menina! O que fizestes a Deus para receber tamanho castigo? Hoje seus futuros sogros vêm para o jantar! E sua mãe não está nada contente de saber que você não desceu para o café.
- É eu sei. Pude ouvir a conversa de vocês daqui do quarto. Não sei o que fazer! Morena, algo me diz que nesta noite de algum jeito Davi virá me ver. Eu sinto!
- Deus do céu Amélia! Não diga uma coisa dessas! Deus não permitirá uma tragédia como essa! Se esse moço encontrar Heitor aqui, nem posso imaginar o que se sucederá!
Nesse momento eu entendi. Morena sabia de mais alguma coisa que eu não tinha conhecimento. Como ela poderia saber que Davi detestava tanto Heitor? Em seus olhos eu podia enxergar tamanha indignação. Havia um medo difícil de explicar. Como se também uma parte do mesmo passado pudesse assombrar eu e ela ao mesmo tampo. Eu não tinha tempo a perder, cada segundo sem uma explicação plausível era uma tortura para mim.
- Morena... há algo que eu não sei? Você está apreensiva demais. Sabe de algo?
- Menina! Claro que não! Acaso soubesse, nunca hesitaria em te falar! – o pânico se instaurou de uma maneira, que estava praticamente estampado em seu rosto e dificílimo disfarçar.
- Morena... definitivamente você não sabe mentir. Sente-se. Pode contar-me tudo, sem rodeios, por favor.
No final da manhã o que me Morena me contara havia acabado com meu espirito. Foi torturante. Houve momentos em que senti vontade de vomitar. Agora sim, eu compreendia a rebeldia de Davi ao tocar no nome de minha mãe.
De fato, ela sabia de coisas que eu não tinha ideia que podiam existir. Era um passado negro aquele que me rodeava. Negro e cheio de vingança.
Mamãe fez sua grande boa ação a Dolores, emprestando a ela dinheiro para que pudessem ir a Portugal a procura de novas oportunidades, durante meses felizes pude comunicar-me com Davi através das cartas, que de uma maneira inexplicável pararam de chegar. O que eu não sabia era que minha mãe tinha obrigado a Morena a ficar com todas as minhas cartas que enviava. E que fizeram com que o padrasto de Davi também o obrigasse a deixar de escrever. Mamãe sabia muito bem como conversar a língua universal dos cobiçadores; dinheiro fácil. Para ela era tudo tão bem simples. Por mais que papai se esforçasse em manter um padrão de vida, diante de todas as adversidades que a falência havia nos trazido, mamãe nunca conformou-se; era sempre esbanjadora e mesquinha. Agora seus investimentos eram tão fáceis de entender. Mandava todos os meses uma gorda quantia ao padrasto de Davi para que o calasse.
Morena me contava aos prantos o quanto ela se sentia mal quando pegava minhas cartas. Eu contava ela sempre para que pudesse junto comigo, no entanto, não me sentia traída. Eu sabia o quanto ela gostava de mim, e o quanto ela precisava estar ali para que pudesse sustentar sua família.
Eu me sentia traída por outra pessoa.
Morena me contou que Dolores morreu logo após que Davi entrou na faculdade. Ela sabia disso porque o velho padrasto de Davi mandava sempre “relatórios” com tudo acontecia com ele. E que ainda assim minha mãe mandava a quantia exigida pelo padrasto. Há algumas semanas atrás mamãe tinha recebido um telegrama dizendo que o velho também havia morrido; havia então caído por terra a grande mentira, no entanto, ela sem poderia se preocupar com Davi. Ela com certeza saberia que nunca ele seria capaz de voltar e se acaso retornasse eu já estaria plenamente casada com Heitor; estava feita a trama. Estava acabada a minha vida.
Porém mal ela poderia imaginar. Ele havia retornado pronto para levar-me longe dali.
Criei então forças. Não poderia mais ficar enterrada em uma cama enquanto milhares de injustiças tinham sido cometidas. Era demais para mim. Por mais que eu fosse espiritualmente fraca, desajeitada, inocente, o que minha mãe havia feito me embrulhava o estômago. Pagar a um padrasto para que cale a boca de um menino! Quanta barbaridade Davi havia escutado durante todos aqueles anos de tortura! Com toda certeza ele saberia que era minha mãe e mentora de todas as ideias perversas.
Foi então que decidi. Eu não passaria mais nenhuma noite no mesmo teto com aquela que um dia chamei de mãe.



segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Duas noites, um dia.

"As ilusões são para a alma o que a atmosfera é para a terra."
Virginia Woolf


Morena conseguiu me levar até o quarto. Eu estava quase desmaiada. Não existiam forças em minhas pernas; eram muitas informações para uma mente tão perturbada como a minha. Após uns minutos deitada em minha cama, Morena me trouxe um chá de camomila. Seu chá era tônico para meus devaneios. O chá e tudo que vinha dela. De fato, estava segura, e poderia contar com sua ajuda e sua sabedoria; Morena era sábia como poucas. Sabedoria que não era encontrada nos bancos das universidades, era sabedoria que a vida dava. Sabedoria que poucas pessoas tinham.
Porém, os esforços de Morena para tentar baixar a minha febre, que só aumentavam se esgotavam. Ora, eu não estava doente fisicamente. Era a minha alma que penava, sofria, debruçada diante de um poço de problemas indissolúveis. Não sofria doença do corpo, sofria doença de espirito.
E enquanto Morena me cuidava, meus pais preocupados comigo, já chegavam do baile. Quase morri quando ouvi os passos de mamãe a subir as escadas. Em hipótese alguma ela poderia saber o que havia acontecido, ela nunca poderia entender os motivos do retorno de Davi. Por isso eu contava com Morena... minha velha amiga teve que fazer aquilo que mais detestava nos homens; mentir. Mentir para mamãe naquele momento e dizer que estava tudo bem, e que eu já estava dormindo era a melhor solução. E assim aconteceu.
E sob os cuidados de Morena, passei a pior noite da minha vida. 



quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Restos de Baile.

 "Mas não quero te ferir. Só pretendo restaurar a confiança em mim, que vacilou quando surgiste."
Virginia  Woolf

Da solidão que Davi me presenteara naquele instante no jardim só restou o medo. O que eu vira em seus olhos estava além do que poderia entender; era um misto de tudo que eu mais temia durante toda minha vida. Eu pressentia que havia mais segredos entre nós do que um simples empréstimo de dinheiro que minha mãe “gentilmente” concedia a Dolores. Entre os meses cinzentos em que deixamos de nos corresponder aconteceram fatos que iriam nos visitar novamente, como fantasmas errantes. O passado realmente ressuscitou para nós; agora nem eu, nem Davi tínhamos certeza se poderíamos exorciza-lo.
Sentei-me por um momento próximo ao canteiro das margaridas. E em questão de minutos, Heitor se aproximara. Sorridente, espontâneo, e cheio de esperanças. De fato, ele era um futuro promissor;
- Ah, enfim a encontrei meu anjo! Você sumiu! Já estava preocupado! Amélia! Você está bem? Está pálida! Viu algum fantasma?
Incrível era a capacidade de Heitor em entender meus sentidos...
- Nada querido... só necessitava de um pouco de ar fresco. Já me recompus... mas estou um pouco indisposta, eu agradeceria muito se pudesse me levar em casa agora.
- Agora? Mas Amélia! Ainda nem pude apresentar uns conhecidos a seu pai! Alfredo muito me agradeceria  se eu pudesse junto com ele firmar novos contatos...
- Você pode voltar. Papai queria mesmo lhe falar...
- Mas se você preferir... posso deixar essa conversa toda para um outro momento! Você é minha prioridade querida, se está indisposta posso deixa-la em casa e ir descansar também. Um baile sem você não tem a menor graça para mim... – Não pude deixar de sorrir naquele momento, Heitor era de fato um anjo da guarda.
- Tudo bem. Faça então do jeito que preferir. Só preciso encontrar com mamãe e lhe avisar que estou voltando para casa. Ajuda-me a procura-la?
Logo após eu estava dentro da carruagem a caminho de casa. Mamãe confiava em Heitor mais até do que em mim, e por mais que diante dos parâmetros da nossa sociedade, ainda feudal, fosse contra um rapaz e uma moça saírem sozinhos sem os pais, ela não se importava nem um pouco de me ver sair dali com Heitor sozinha. Ela sabia que ele seria incapaz de tocar em mim acaso eu não permitisse. Da janela do palacete ela nos acenava, torcendo para que essa minha indisposição fosse passageira.
O caminho até minha casa foi torturante. Nas ruas de Fortaleza, nos rostos de estranhos, eu via Davi. Parecia-me que ele estava nos vigiando, perseguindo, prestes a aparecer no meio da rua pronto para cometer um maluquice. Eu sentia sua presença em todos os lugares. Minha felicidade era que estávamos bem próximos de casa, e em poucos instantes já me sentia aliviada em reconhecer as residências de nossa vizinhança.
Desci rapidamente da carruagem caminhando tão rápido que Heitor mal conseguia me acompanhar:
- Amélia! O que há!? Está me deixando preocupado!
- Nada. Não me estou sentindo muito bem... pode ir. Morena me fará um chá. Logo estarei bem. Amanhã nos falaremos. – e entrei a passos largos para dentro de casa.
Morena é minha babá. E uma das poucas amigas que eu tinha. Trabalhava na nossa casa desde sempre; era minha segunda mãe. Mais um anjo cuidador em minha vida. Eu me considerava uma pessoa de sorte por tê-la por perto sempre, em qualquer instante ela sempre estava à disposição para qualquer coisa que me acontecesse.
- Morena! Morena! Ajude-me! – aos prantos eu gritava jogada no chão da sala. E em como num passe da magica, ela apareceu. Como nos contos de fada.
- Menina, o que aconteceu! Você está pálida! Conte-me! Amélia! Você está ardendo em febre! – morena me segurava no colo, junto ao chão comigo. O calor do seu corpo fez com que aos poucos eu pudesse me recompor. Em instantes, de ternura e cuidado, pude enfim lhe revelar;
- Ele voltou Morena! Davi! Voltou para me perseguir! Estou com medo, Morena! Não sei o que vai acontecer caso ele encontre Heitor!
- Virgem Santíssima! Pensei que essa história a estivesse encerrada há anos! Você o viu no baile? Meu Deus! Que tragédia!
- Morena... – aos prantos, e tremendo com o frio que a febre me trazia, confessei – ele quer que fujamos... para longe! Quer que eu abandone tudo e me vá! Estou com medo! Morena e agora? O que será de mim! Ele virá me buscar!
- Menina, levante-se... vou fazer um chá para você. Vamos para o quarto. Você tem que descansar. Sua mãe não vai gostar nada de saber que esse menino voltou. Vou ajuda-la. Nesse momento você está segura.



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Presentes!

Gente, geeeeeeeeeente! Ganhei um preseente! *-*

ALEGRIA, ALEGRIA! Lá, lá, lá!

Olha só o que a linda Thamila Santos, dona do blog Do Avesso me presenteou; é uma honra Thami!

 
Um luxo só! *-*
Aaaaah fofura! *-*

Hehe...
Bom, as regras dessa querida brincadeira é passar o selo adiante e responder as perguntinhas!

Nome: Andressa Virgínia
Uma música: Vixe! São tantas.... mas acho que Anjo mais Velho - O Teatro Mágico! *-*
Humor:  Inconstante! [com certeza,]
Uma cor: Branco
Uma estação: Prefiro não escolher uma. Todas tem seu charme.
Como prefere viajar: Short, camiseta e som alto! \o/
Um seriado: Tenho rido muuuito com "Big Bang Theory"
Frase ou palavra mais ditas por você: "Oooooooooh Jesus!" hsahusahusa, sei que é ridículo!
O que achou do selo: Fofooooooooooo! *-*


Indicações para o selo!
1- Mailson Furtado
2- Confidências Públicas
3- Teimou de Vir
4- Estação Derradeira
5- Sonhos de Menina


É isso aí gente linda! Visitem os indicados! Vale à pena! Aaaaaah e também o lindo  Do Avesso!

Retalhos do passado.

" (...) gosto de imaginar que me comprimo o quanto posso contra a muralha espessa do tempo."
Virginia Woolf

Davi sempre me pareceu um mistério prestes a se revelar. Um enigma, uma surpresa. Sempre foi assim. Nas brincadeiras da infância e nas poesias que escrevia, sim, desde menino possuía ares de poeta... recitava as mais lindas poesias.
Logo no florescer de sua infância, ele já descobrira o que queria; seria um médico. “Cuidador de vidas, receptor de Sonhos!” como ele mesmo afirmava.
Éramos grandes companheiros! Nós três, sempre; eu, Heitor e Davi... os dois eram melhores amigos e lembro-me bem de ficar emburrada quando não me deixavam brincar com eles na rua;
- Amélia, não venha conosco hoje! Vamos brincar com os meninos da rua, você não vai poder ir! – dizia Heitor, sempre confiante e sempre protetor.
- Oras! Porque eu tenho que ficar só! Quero ir também!
- Ele tem razão Amélia. Os meninos maiores não gostam que meninas estejam por perto. – Davi sempre falava comigo em um tom tão suave, que acalmava a minha alma.
E então os dois saiam sozinhos a jogar futebol pelas ruas da nossa vizinhança. E eu invejosa pela liberdade que só os meninos tinham, ficava no portão de casa. No entanto, logo Davi voltava a minha casa, sempre com uma desculpa diferente;
- Você já voltou? A brincadeira não estava boa?
- Hoje não. Eu tenho que te mostrar um segredo. Eu volto logo, espere um instante.
Quando ele retornou tinha em mais uma caixa embrulhada em um pedaço de pano gasto. Parecia que ele a havia acabado de desenterrar o embrulho, estava com as mãos sujas de barro. Desembrulhei com cuidado a caixinha; era uma caixinha de música. Ao abri-la deparei-me com um belo casal a dançar uma valsa antiga. Era a mais linda caixinha de música que eu tinha visto. Ao lado do casal havia um pedaço de papel dobrado, sem hesitar peguei o papel para ver o que tinha.
- Não! Não leia agora! Só abra o papel quando você estiver no seu quarto! Este é um grande segredo!
E os meus olhos brilharam de felicidade! Corri para casa, entrei casa adentro correndo, estava com pressa! Ao entrar no quarto, tranquei com cuidado a porta e coloquei a caixinha sobre a cama, ao abri-la, lá estava o lindo casal a valsar, e ao som daquela valsa, agarrei o pequeno pedação de papel, o desembrulhei com cuidado, as letras da infância eram quase impossíveis de ler, no entanto eu sabia muito bem lê-las.
Era um poema. Um lindo poema, chamava-se “Dona”:

“Em pequenas linhas eu te digo.
Roubaste meus sonhos pequenos!
Pegastes sem consideração,
E agora e para sempre,
Serás a Dona do meu coração!”
Davi.

Era esse o segredo de Davi. Para sempre, eu seria sua Dona.
No entanto, o nosso futuro não seria como nos poemas de infância.
Aos quinze anos, o pai havia falecido. Foi um triste acontecimento. Logo após ele e a mãe viajaram para Portugal, lá ela se casou de novo. Mas Davi nunca tirava de sua cabeça as lembranças de seu pai, ele nunca pôde aceitar que sua mãe estivesse casada novamente.
Nossa despedida foi dolorosa e triste. Depois de sua partida fiquei doente durante uma semana. Mamãe reclamava alto, dizendo que tudo aquilo que eu sentia era apenas birra de menina mimada.
Depois de uns meses, ouvi uma conversa entre papai e mamãe; eles discutiam sobre o meu futuro;
- Acho que não é hora de decidir com quem Amélia deve se casar! Ela só tem 11 anos!
- Você diz isso. Eu não. Já está na hora dessa menina trilhar um futuro, e eu sei bem com quem esse futuro será brilhante! Ela vai se casar com Heitor Amaral! Já fiz o favor de despachar aquele moleque e sua mãe para bem longe! Quem precisa de dinheiro não vai desperdiçar uma oferta de um novo emprego em Portugal! Ora! Fiz um favor aquele miserável! E eu nunca ia permitir que um molequezinho sem família encostasse a mão em Amélia! Vai contra os meus princípios!
- Eu não acredito! Então foi você quem emprestou dinheiro a Dolores! Você é demoníaca Margarida! Demoníaca! Como pode? O menino nada tem a ver com Amélia! São só crianças!
- Alfredo meu amor, você não enxerga como eu, Amélia gosta desse garoto. Eu sinto. Ela precisa de um futuro! E nós também! Esqueceu que estamos quase falidos?  – E com essas palavras, mamãe pode enfim convencê-lo. Estávamos realmente falidos.
- Meu amor... confie em mim. Futuro mais brilhante para nossa flor não existirá. – Afirmou minha mãe confiante em suas palavras.
E durante outra semana fiquei doente. Doente por fora, morta por dentro. Minha mãe me assassinara.
Papai vendo toda aquela situação, escreveu a Dolores, mãe de Davi, contando sobre minha doença e pedindo com toda sua alma que pudéssemos manter contato, nem que seja por carta. E assim, durante felizes meses, pudemos nos falar. Mesmo que fosse escondido de mamãe.
E o tempo pode enfim passar bem colorido diante de mim.
Até que não recebi mais suas noticias. Mandava cartas que em vão, vinham sem resposta.
Heitor, sempre um fiel amigo, nunca me abandonou. Ao meu lado, pude confessar as minhas tristezas de adolescente, meus sonhos que Davi havia jogado no mar de Portugal.
E a amizade de anos pode florescer, Heitor era como um anjo protetor, suas asas me encobriam de qualquer mal, e a partir daí, nasceu um amor que não compreendo. Um respeito, e cumplicidade que dividíamos com o decorrer dos anos; e o tempo voltou a correr colorido diante de mim.
Até que em um lindo jantar, Heitor pediu-me em casamento, foi uma linda festa, mamãe estava radiante! A todo instante eu a via com os olhos marejados de lágrimas, lágrimas sinceras de que eu seria imensamente feliz com Heitor.
E então eu nunca mais receberia uma carta de Davi, não receberia, até a manhã do baile.