Aquele é o tempo em que
o sertão está morto. Refiro-me as árvores que, como fantasmas, assombram a
paisagem, assustam os olhos. As arvores do sertão estão mortas. Não há uma gota
sequer de vida em suas folhagens. É essa a visão de que vê o sertão inteiro. Essa
é a visão de quem não chega perto, de quem não se apropria desse chão. No entanto,
é só se aproximar, só chegar mais próximo, ao caule dessa árvore para notar que
ela ao esta morta. Sim, as arvores do sertão não estão mortas. Elas adormecem
em meio à clareza de uma estiagem que quase não acaba.
De sertão são feitas as
pessoas, quando olhadas de longe por inteiro, parecem mortas. Parecem que ainda
não acharam um motivo fiel para continuar. No entanto, você incrédulo, as
mulheres do sertão não estão mortas. Há muita vida em suas veias, assim como há
muita vida nas rachaduras das folhas das copas.
Andressa Virgínia