sexta-feira, 22 de abril de 2011

Vômitos

Certamente você não vai poder me dizer. Não adianta. Sabe por quê? Porque no reflexo do espelho as pessoas vêem um gigante violento, mas, que no seu infinito devaneio não passa de uma criança órfã de afeto. Sem afeto e afetada. Cheia de transtornos, bipolar de conhecimento. Nascida da confusão das pessoas.
As palavras faladas são voláteis demais. Soltas fazem estragos. É melhor, companheiro que tu me digas, sem rodeios, enfim, o que se passa na tua alma perturbada de gente. Mas se puderes escolher, escreve. Porque é na escrita que tua aura grita e brilha.
Caro, a palavra escrita é visceral. É vomitada. Sai de dentro, em força de vulcão. E você nem pode querer segurar. A todo instante vômitos de poesias fogem por entre os dedos das mãos. Uso de vômitos porque são expressivos, fortes e violentos, sem explicação por vezes.
E tu me perguntas, então, o propósito disto. Responder-te-ei, caro. Não há propósito algum. E se houver, marcaremos um dia de domingo à tarde para tomar chá. Pois é só nos domingos que me permito pensar.


Andressa Virgínia 

 

domingo, 17 de abril de 2011

Sobre a dor.

A dor não quer dizer nada. Ela só está ali pra te fazer sentir. Seja esse sentimento qual for. A casa lotada é reconfortante, te segura, te faz enxergar que tu não estás sozinho, que amigos, vizinhos, familiares existem. Mas a dor fica. Ela perdura. E o coração sangra, dói. E tu entenderes nada, entras em estado de confusão. Uma confusão quase infinita. A finitude dessa vida está no infinito das dores. Ou, na aparência infinita que ela  têm. Mas tranquilize-se caro, a dor sentida, vivida, é mais que aprendizado. É cicatriz. Cicatrizes que te levarão ao mais alto patamar de conhecimento sobre ti mesmo. E quando tu compreenderes a cicatriz, é  fechado mais um ciclo da tua vida. A vida que é redonda. É cíclica. Tão cíclica que dor e felicidade por vezes se esbarram. É este o mistério.

Andressa Virgínia