sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Querida Adriane...



Querida Adriane,
Estamos em Dezembro de 2013, à beirada de uma imensa porta onde está escrito em grandes letras douradas 2014. Isso mesmo 2014, e se olharmos para trás iriamos rir e ficarmos orgulhosas daquilo que construímos.
No bolso de cada um de nós está a chave que abre essa imensa porta que nos separa do futuro. Estamos prestes abri-la, com o coração cheio de expectativas, sonhos, e já, com muitas saudades.
A saudade é um negocio bem estranho. Ela me parece às vezes um pequeno espinho que entra no pé da gente vez por outra. A gente se esquece de que ele está ali, mas, em alguns instantes quando ele aperta, uma dor aguda dispara lembrando-nos de que ele sempre esteve ali. Mais estranho do que a saudade é o modo como ele se instaura dentro de nós. Sentimos saudades daquilo que vivemos, das lembranças loucas dessa existência, sentimos saudades do sentimento de totalidade que nos impregna quando estamos rodeados daqueles que gostamos. Eu compartilho com você aquilo que sinto, e acredito ser aquilo que você também sente, afinal, estamos ultimamente ligadas a um fio de esperança e pressa. Temos muita pressa de viver tudo, de ver, sentir, abraçar, estar perto. Porque sabemos que 2014 vêm com muitas realizações, mas, ele vem arrebatador e que, com certeza, o que nós temos hoje, não vai ser o que teremos no futuro.
Querida Adriane, eu estou pronta. Pronta para abrir essa imensa porta com a sua ajuda, e com a ajuda de todos os nossos amigos, companheiros de madrugada, confidentes unidos pela pressa de viver, e o que pode ser isso além de pura pulsão de vida? SOMOS A PRÓRPIA PULSÃO!
Que Dezembro seja generoso com você, como tem sido comigo. E que ano que vem tenhamos motivos para ter mais e mais pressa. E que você, querida e doce amiga, esteja comigo para viver e ver tudo isso.
PS: Seja pulsão de vida! 2014 vem ai... 

Andressa Vírgínia

domingo, 4 de agosto de 2013

Ventos de sol nascente.

O que vem em seguida vem com força. Já anuncia suas promessas, e me persegue. Parece ser diferente, parece que não vai se repetir nunca. E a ainda passa. O tempo passa, a menina que antes era daqui agora não é mais, ela já passou, como todos que um dia hão de ir também. Mas não há porque temer! Esse é o tempo da vitória, o tempo da promessa! Os anos se passaram como se passaram os verões. Quentes, cheios de lembranças. E essas lembranças, boas, ruins, lembranças, entretanto, são as que vão ficar. Apesar dos pesares, dos desafetos, dos laços desfeitos, dos reafirmados.
Eu tenho elaborado sobre tudo isso. Tenho feito lutos diários sobre essas perdas. Tenho feitos batismos de promessas com boas novas. E o que posso dizer... eu tenho vivido! Porque esse tempo, querido (des)afeto, esse tempo é nosso! Não há porque desperdiça-lo! Ele voa! Escapa por entre os dedos feito areia. Já disse o poeta.

Os bons ventos vêm chegando, vem com força, mas não vêm para ficar. Por isso, eu já estou colecionando pores do sol, borboletas e olhares. Esses sim vão comigo. 

terça-feira, 23 de abril de 2013

raridade.


Só acaba quando todos os demônios forem exorcizados. Quando todas as lutas forem vencidas. E, agora, o que eu tenho feito é simplesmente sobreviver. Sobre a vida, sobre a rotina sobre as pessoas que assistiram ao vivo aos meus fracassos.
Então, eu não sou uma favorita. Eu não faço parte da ilustre comissão de eleitos. Sou mais uma entre uma multidão de sonhos, sou mais uma que tenta, sou apenas uma. E isso não é ironia, é a verdade. A verdade que lido todos os dias.
E, sinceramente, eu não ligo para os meus excessos. Não ligo para os meus exageros. Não ligo para eles porque eu sou feita de exageros, e quem fica do meu lado, chora e ri comigo. E-XA-GE-RA-DA-MEN-TE. Então, guarde sua caridade para quem precisa. Eu preciso é de gente exagerada como eu, que não tem medo de chorar, que não tem vergonha de ser-o-que-é.
Hoje achei a raridade da vida. Hoje eu a encontrei em uma manhã nublada em que os raios de sol timidamente invadiam a rua vazia. E eu assistia parada mais um dia que iniciava. É epifania. É a vida.

Andressa Virgínia

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Sagitário



E então você chegou. Forte, imponente, metade gente metade cavalo. Chegou pra me recordar de um passado que nunca tive. E lá você de novo mexer no que me esforcei tanto pra esquecer. Você vem fazer ventania nos meus pensamentos, me fazer dançar, e, acredite me fazer pensar em destruir um império, só meu, que construí através dos anos. Eu sei bem do que você é capaz. Você é liberdade pura. Teimosia, valentia, exagero, arrogância, vento no rosto e sereno da noite. Você é lua minguante que sorri pra mim. Você é aquilo que me roubaram, você me rege até sem querer.  E quando você vem, passa como um furacão, forte, determinado e presente. E fica. Fica em mim durante semanas, impregnado como perfume barato, torturante como música ruim. Você fica pra me fazer lembrar que esse mundo não me pertence. Você fica pra me fazer lembrar que você não me pertence. E assim como o verão maltrata meu sertão, você vai maltratando meus dias, que ficaram descoloridos depois que você chegou, e saiu. Você vai e eu fico. Vai ser sempre assim. Não se engane.
E eu sei bem do que você é capaz, e tenho medo disso. Tenho medo de entrar nesse turbilhão de cores que é você. De entrar, não poder mais sair, me enganar, me perder, me arrepender. Eu sei bem quem é você. Você sou eu, Sagitário. Você sou eu porque eu também sou Sagitário. Sagitário tem disso. Tem necessidades de doses cavalares de vida todos os dias. Mas Sagitário não quer só viver. Quer um viver mais-que-perfeito. Então, você que é pura liberdade, vai de encontro aos meus dias de rotina cinzentos. Mas você passa. E eu, eu tenho que ficar.

Andressa Virgínia