segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Epifania em Dezembro.

Dizem que o mês de Dezembro é um mês de clichês. A verdade, é que no mês de Dezembro, as pessoas se dão conta de que o tempo está passando e que não viveram metade de vida que queriam. Eu, congestionada de afazeres, de responsabilidades, nem me lembrava mais das lindas lembranças que este mês me presenteava.
Então, eu fui empurrando pra frente, escondendo de mim, calcificando e transformando em pedras, os meus sentimentos. E foi no dia 18 de Dezembro, que cai. Cai em mim. Caramba é Dezembro! E no meio da multidão de uma praça cheia de luzes, me senti só. Olhei para o céu, e a lua cheia e cintilante, sozinha também, era a única que entendia meu pesar. Olhar para o céu era a única opção... e como se fosse mentira, vi ao longe uma estrela cadente. Pequena, franzina, quase sem luz. Começou e terminou entre um piscar de olhos. Eu era como aquela estrela, faltava-me luz pra riscar o céu escuro. Faltava-me forças pra segurar as muralhas que querem me engolir diariamente.
Lembrei-me em um sobressalto; “O pedido menina, faz teu pedido!”. Não consegui me concentrar pra pedir qualquer coisa, lembro-me, antes de voltar, que pensei em ter mais vida, em viver mais cores... pensei em tranquilidade. E então, um filme correu em cenas velozes em minha mente. As risadas, as lágrimas, as saudades. Tudo de uma vez e ao mesmo tempo... de repente ali, tudo fazia muito sentido. Acordei.
Acordei, e no meio da multidão, um pequeno coro catavam músicas de Natal antigas. Estavam cantando uma canção que minha mãe me cantava na infância. Aí não pude segurar as lágrimas. Ali, em poucos minutos, vivi meu melhor Dezembro, meu melhor Natal.

Andressa Virgínia


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