terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Pra falar de Dezembro.

Já era 20 de Dezembro e eu ainda não tinha me dado conta de que o Natal estava se aproximando. Quando percebi o real significado deste esquecimento enchi os olhos de brilho e lembrei-me; mamãe ainda não havia colocado as luzes de Natal no jardim de casa, ela estava sempre muito atarefada com os preparativos da ceia, e deixara as luzes para as vésperas. Ao chegar em casa depois de um dia cheio de atribulações, engarrafamentos urbanos e pessoas insensatas, as luzes no jardim já estavam acesas. Senti-me em  confortável. Era Natal de fato, e a minha tradição era clara; tomar chá quentinho no jardim, iluminada pelas luzes de mamãe, e da lua se apresentava fofucha e brilhante e que me presenteara, ao dar o ar de sua graça, durante os dias chuvosos e frios que perduravam naquela semana.

Minha rua era tranquila, e ao longe, podia-se ouvir o barulho de crianças nas praças. Entre os gritos e correrias típicas da infância, ouvi claramente a voz de uma menina; “Vó, Papai Noel existe! Eu sei, eu vi!”
Aquilo de alguma forma me paralisou. Pousei a xícara de chá sobre a mesinha de madeira do jardim, levantei os olhos e sem poder piscar, um filme passou, intenso e cheio de cores, em minha mente. Era Natal de fato. Eu havia me esquecido o quanto essa festa me dava intensa alegria na infância, havia me esquecido dos biscoitos de vovó Valentina, que especialmente nessa data, saiam do forno de hora em hora, e que iam encher meus olhos de açúcar. 

“Orar, agradecer e celebrar”. Era o que vovó sempre dizia. “Natal é isso Vitória, é simples. Natal é tempo de estar com a família, agradecer os bons ventos, orar para Aquele que nasceu nesta festa, pois é só Dele e para Ele o motivo de tanta celebração”. Vovó me ensinara tudo aquilo, e eu teimosa e desobediente, atendendo aos caprichos da vida atribulada, havia esquecido.

E na noite fria, uma brisa quente me abraçou naquele instante. “Vovó está lá em cima, me cuidando”, pensei.
E sob as luzes de Natal de mamãe, fechei os olhos, e a teimosia dos dias atribulados, puderam enfim me deixar. “Estou segura”, pensei. E agora, e acima de todos os fatos, era Natal.



3 comentários:

  1. Irmã! *-*
    Que bom que gostou! Fico feliz com a sua visita!

    ;*

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  2. "ela acreditava em anjos.E por acreditar,eles existiam".
    Acho qe esta frase sintetiza tudo, sabia?

    rs,beijos lindinha :*

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