
A história dela sempre foi contada pelo fim. Nunca houve um
começo. Para que ela escreva, ela tem que descobrir algo. E descobrir que aquilo
que pensava ser, estar e participar, e que, na verdade nunca a tomou. Ela nunca
estive ali. Ela nunca foi de dentro daqueles ares. Quando se descobriu, quando
pode enfim, cair do penhasco o qual já estava na beirada, pode perceber que não
podia mais ser dali... tinha de sair, ir embora. Não voltar. E é isso que vai
fazer. A partir de tudo isso que pode compreender estar o mais rápido possível longe
daquele lugar, para ela, vai ser bem menos dolorido. Hoje dói. Amanha cicatriza.
Foram assim, as duras penas, que aprendeu a se virar, da maneira que quis do
jeito que dá. E sempre há, alguém que lhe estenda a mão. Nunca lhe faltou
ombros para que pudesse dividir seus pesares, suas lamentações, e as aflições desiludidas
de falsas esperanças em futuros melhores.
Aquilo que nunca a pertenceu vai continuar ali parada, estática,
continuando a não lhe pertencer. Resta apenas a lembrança daquilo que ela
sempre desejou que fosse. Um lugar pra onde pudesse retornar. Agora não. Ela não
tem mais para onde voltar, e de novo, esta só. Mas é provisório. É por pouco
tempo. E há de ser um historia que será
contada por inteiro, com inicio e final.
Andressa Virgínia